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22 janeiro 2008

Muito tempo

Em Maio de 2007 o Governo Regional voltou a prometer aos pescadores Graciosenses a melhoria das suas condições de trabalho, nomeadamente através da colocação de pontões no porto de pescas da praia.

Dizia o Sub-Secretário das Pescas que até ao final do mês de Maio o concurso seria lançado, garantindo que até ao final do ano (2007), o Porto de Pesca da Graciosa receberia os seus pontões.

Pois é, estamos já em 2008 e continua a obra do porto de pescas da Graciosa por concluir.

Aliás, não deixa também de ser curiosa a placa do Prodesa colocada na entrada da Praia da Graciosa, onde se lê sobre o início da obra: 3 de Maio de 2004, e conclusão contratual para 3 de Julho de 2005 (fica a foto para melhor ilustrar).

Curioso, obras a decorrer em pleno ano eleitoral, receita de aparente sucesso político dos seus dinamizadores.

Mas mais curioso ainda, obras inacabadas durante uma legislatura, e que se prolongam para o decorrer de novo ano eleitoral, quatro anos mais tarde, numa tentativa de, mais uma vez, procurar os proveitos do folclore do betão.

Disse Abraham Lincoln: "Podeis enganar toda a gente durante um certo tempo; podeis mesmo enganar algumas pessoas todo o tempo; mas não vos será possível enganar toda a gente o tempo todo"

Esta máxima do célebre Presidente Americano, devia fazer parte do quotidiano dos políticos desta região. E estes já deviam saber que o povo é soberano, pelo que o devem respeitar e não tentar enganar.

É claro que com um orçamento elevado e publicidade bem feita podem sempre tentar enganar toda a gente o tempo todo, dizia Joseph Levine. Só que este era um produtor de filmes e não um génio político devoto da democracia, pelo que seria aconselhável ficarem-se pela noção de que não é mesmo possível enganar todos o tempo todo.

E o tempo todo é todo o tempo desta legislatura que vai de 2004 a 2008, em que a Graciosa viu o seu futuro cada vez mais hipotecado à prosápia dos políticos da fachada e dos soundbites com que bombardeiam o dia-a-dia do povo desta terra.

O tempo é pois de vida nova, de novas ideias e de novas politicas, assumidas por outros protagonistas, distantes o suficiente de compromissos mais ou menos comprometedores de uma luta sincera e abnegada pelo sucesso deste povo, e dos seus filhos.

João Costa

19 novembro 2007

Um político sem soluções, um regresso esperado, uma ilha adiada.

No próximo ano de 2008 a operação marítima de passageiros e viaturas não contará com os novos barcos encomendados pela região aos estaleiros navais de Viana do Castelo.

Apesar desse ter sido um compromisso sobejamente assumido e com garantias que foram até ao chefe do executivo, ainda não será desta que os Açores terão ao seu serviço barcos de qualidade e programados para operar nos nossos portos (assim deveriam ser).


Nesta novelesca série dramática a roçar uma tragico-comédia, cujo argumento inclui um Secretário da Economia que está em cena vai para mais de 11 anos, sobressai um navio de idade adulta, cuja vida de trabalho já pedia reforma, mas que, sabe-se lá se fruto da alteração da lei sobre a idade para o merecido descanso, volta a ser a alternativa dele próprio, o novo rosto do mesmo, a repetição de uma agonia.


Esse Navio, o "Ilha Azul", foi já anunciado como voltando a ser o barco para os Graciosenses. A acompanha-lo neste melodrama trapalhão encontra-se um tal de "Santorini", que por razões sobejamente conhecidas nunca veio à Graciosa, não virá para o ano de 2008, mas será presença nos mares dos Açores, atracando em portos que dão preciosos votos ao Governo do actor principal (assim ele espera), também autor desta trapalhada governativa.


Qualquer entendido, semi-entendido, ou simplesmente curioso dessa actividade complexa que é a construção naval, com excepção dos senhores que des-governam esta Região insular, já teve oportunidade de afirmar com todas as letras que os novos barcos não estariam prontos para a operação de 2008.


Veio agora, e finalmente, o tal Secretário da Economia admitir que assim será. E com total desplante de quem se acha soberana inteligência e esperteza esmerada, confessou que a contratação dos anteriores navios já estava programada no contrato inicial. Ou seja, em 2006 o Governo já previa que o "Ilha Azul" e o "Santorini" viessem a ser usados em 2008.


Fica pois, mais uma vez, a Graciosa, em princípio, a ser servida apenas por um navio. E nenhum mal viria se esse navio não estivesse já na terceira idade e não tivesse de cobrir todas as ilhas dos Açores.


E esta expressão: "em princípio", tem somente a ver com o facto de estarmos em ano de final de mandato, que é como quem diz, em ano de eleições, e poder haver alguma prendinha eleitoral. Tão ao jeito desta governação de retoques, de facilitismos, e de encenações repetitivas.



João Costa