28 janeiro 2008

Pedido de desculpas aos enfermeiros do Centro de Santa Cruz da Graciosa

Depois de um comentário, publicado neste blog, à "Carta aberta aos Graciosenses", que foi retirado pela Direcção desta Rádio, por considerar conter termos ofensivos à classe dos Enfermeiros, foi-nos enviado o seguinte esclarecimento do seu autor que passamos a publicar a seu pedido".

"Eu sou o Observador e venho por este meio pedir desculpa aos Senhores Enfermeiros do Centro de Saúde de Santa Cruz da Graciosa porque num momento de extrema pressão psicológica escrevi palavras que são ofensivas e que não são verdadeiras, peço que compreendam a minha atitude e que me perdoem, acho que a vossa profissão é nobre e os Senhores são óptimos enfermeiros, porque sei que o são. Peço desculpa também à população da Graciosa porque tais palavras foram ditas num momento de grande tensão.Bem Hajam."

Nuno Miguel
(está devidamente identificado pela Rádio Graciosa)

22 janeiro 2008

Muito tempo

Em Maio de 2007 o Governo Regional voltou a prometer aos pescadores Graciosenses a melhoria das suas condições de trabalho, nomeadamente através da colocação de pontões no porto de pescas da praia.

Dizia o Sub-Secretário das Pescas que até ao final do mês de Maio o concurso seria lançado, garantindo que até ao final do ano (2007), o Porto de Pesca da Graciosa receberia os seus pontões.

Pois é, estamos já em 2008 e continua a obra do porto de pescas da Graciosa por concluir.

Aliás, não deixa também de ser curiosa a placa do Prodesa colocada na entrada da Praia da Graciosa, onde se lê sobre o início da obra: 3 de Maio de 2004, e conclusão contratual para 3 de Julho de 2005 (fica a foto para melhor ilustrar).

Curioso, obras a decorrer em pleno ano eleitoral, receita de aparente sucesso político dos seus dinamizadores.

Mas mais curioso ainda, obras inacabadas durante uma legislatura, e que se prolongam para o decorrer de novo ano eleitoral, quatro anos mais tarde, numa tentativa de, mais uma vez, procurar os proveitos do folclore do betão.

Disse Abraham Lincoln: "Podeis enganar toda a gente durante um certo tempo; podeis mesmo enganar algumas pessoas todo o tempo; mas não vos será possível enganar toda a gente o tempo todo"

Esta máxima do célebre Presidente Americano, devia fazer parte do quotidiano dos políticos desta região. E estes já deviam saber que o povo é soberano, pelo que o devem respeitar e não tentar enganar.

É claro que com um orçamento elevado e publicidade bem feita podem sempre tentar enganar toda a gente o tempo todo, dizia Joseph Levine. Só que este era um produtor de filmes e não um génio político devoto da democracia, pelo que seria aconselhável ficarem-se pela noção de que não é mesmo possível enganar todos o tempo todo.

E o tempo todo é todo o tempo desta legislatura que vai de 2004 a 2008, em que a Graciosa viu o seu futuro cada vez mais hipotecado à prosápia dos políticos da fachada e dos soundbites com que bombardeiam o dia-a-dia do povo desta terra.

O tempo é pois de vida nova, de novas ideias e de novas politicas, assumidas por outros protagonistas, distantes o suficiente de compromissos mais ou menos comprometedores de uma luta sincera e abnegada pelo sucesso deste povo, e dos seus filhos.

João Costa

18 janeiro 2008

Transportes continuam sem solução para a ilha Graciosa

Que os transportes aéreos e marítimos, de carga ou de passageiros, não servem a Graciosa e não contribuem para o seu desenvolvimento, já não é novidade para ninguém, como o confirmam o facto de na passada terça-feira já se ouvir dizer que o navio porta contentores não escalava o nosso porto esta semana, acertando assim as viagens regulares à Ilha Graciosa, ou ainda, o facto da transportadora aérea regional SATA ter cancelado um voo com destino à Graciosa para que o avião fosse levar os passageiros ao Faial, para não falar do voo ao Domingo ou de tantas outras situações que podíamos lembra aqui.
O Sr. Secretário Regional da Economia, de visita à nossa ilha para assinar o auto de concessão da importante obra a realizar no porto comercial da Graciosa, viajou para esta em avião privado alugado para esse fim, quando no dia seguinte tínhamos um voo de manhã e outro ao fim do dia para os que não podem dormir na Graciosa. Bem sei que será por questões de agenda, contudo não deixa de ser curioso ser este o senhor que é o responsável pela SATA.
O responsável pelos Transportes é o mesmo responsável pelo Turismo, e vem de avião privado, demonstrando que não tem respeito por ninguém. Não admira que os horários não sirvam os interesses dos graciosenses, nem aos que nos querem visitar.
As respostas dadas à Rádio Graciosa pelo Sr. Secretário Regional da Economia não convenceram ninguém.

Santa Cruz da Graciosa, 17 de Janeiro de 2008

Luís Henrique Silva

07 janeiro 2008

Torre de Vigia, escultura de Leonor Pêgo


Um objecto escultórico móvel de exterior. Uma escultura de grande formato, com materiais resistentes mas com características muito especiais que convidam à interacção dos espectadores de todas as idades. Um objecto para ser observado, mexido, vivido, movido. Os espectadores podem movimentar a escultura pois esta tem rodas, podem entrar no seu interior pois tem uma porta, podem espreitar lá para dentro pelas janelas, podem subir ao seu topo pelas escadas e deliciar-se com a vista através de monóculos.Uma torre ambulante de observação… um barco ou um farol…Onde estão as outras ilhas? Onde está a minha casa? Até onde vai este mar? Onde acaba o horizonte?A escultora Leonor Pêgo pretendeu com esta interactividade motivar o observador a sentir a sua própria realidade vivencial de habitante de uma ilha.Escultura dinâmica, para observação da envolvente e para ser observada como peça escultórica objectual com características próprias e presença autónoma.Que pretende dar atenção ao local onde está ancorada e onde pode ser vivida espacial e fisicamente, e ao mesmo tempo abrir fronteiras no horizonte dando uma perspectiva diferente a tudo o que envolve esse lugar particular num raio de 360graus e a uma altura de cerca de 3 metros de altura. Que leve desse lugar o espectador a passear.
Esta escultura pode ser vista no miradouro das Fontinhas em Santa Cruz.

Padrões do Mar, escultura de Volker Schnüttgen.


O meu trabalho escultórico dos últimos anos está caracterizado por uma geometria simples mas com rigor e um alto grau de abstracção. Os temas iconográficos são pórticos, estelas com aberturas como janelas, são padrões de granito, pequenas arquitecturas em ferro ou madeira.A complexidade dos significados dos lugares – tanto no sentido paisagístico, histórico como arquitectónico – é o tema saliente da minha concepção. Procuro com as esculturas escolhidas o enquadramento dentro de um determinado lugar, valorizando a sua beleza natural. A função da escultura pode-se entender simbolicamente como uma entidade na defesa da natureza e do património.O meu objectivo é que estas obras (Eckstein III, na fotografia; Escada Monolitica I; Escada Monolitica II e Castelo II) entrem em diálogo com o local – margem entre terra e mar – abrindo janelas para o horizonte. As aberturas geométricas e austeras das esculturas entram em contraste com a movimentação eterna do mar, formam molduras da paisagem. As peças deveriam marcar os principais vértices topográficos do rochedo ou os eixos dos caminhos, os blocos de granito podem ser lidos como menhires, cromoleques, ou padrões contemporâneos, pórticos do mar, do sol e do vento, a entrada para o paraíso ou inferno…
Esta escultura pode ser vista na cais da calheta, em Santa Cruz da Graciosa.